10 setembro 2012

A CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS


  • QUANTO AOS MATERIAIS COMBUSTÍVEIS

Classe “A”


São aqueles cujo combustível queima em superfície e profundidade, deixando resíduos sólidos após a queima (cinzas). São os mais frequentes, e por queimarem em profundidade, requerem um rescaldo bastante cuidadoso.
Como exemplos, poderíamos citar os combustíveis sólidos (madeira, papel, palha, tecido, etc.).



Classe “B”


São aqueles que queimam apenas em superfície, como por exemplo, os líquidos inflamáveis (gasolina, álcool, querosene, óleo diesel, tintas, etc), os gases inflamáveis (acetileno, gás liquefeito de petróleo - GLP, etc) e os colóides (combustíveis pastosos, como graxas, etc).
De acordo com a NATIONAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION (NFPA), os líquidos podem ser classificados como inflamáveis ou combustíveis.

Líquido inflamável é todo o líquido cujo ponto de fulgor é menor que 37,7º C (100ºF) e pode ser subdividido em subclasses A, B ou C. Enquanto que líquidos combustíveis são aqueles com o ponto de fulgor superior a 37,7ºC, conforme o quadro abaixo:



Classe “C”


São os incêndios que ocorrem em aparelhos elétricos energizados. Estes incêndios, após ser
retirado o agente energizador, podem ser combatidos como outra classe de incêndio
(geralmente classe “A”).
Todavia, devemos ter cuidado com aparelhos que possuem acumuladores (capacitores e aparelhos de TV, por exemplo), que mesmo após desligados continuam energizados.


Classe “D”


São aqueles que ocorrem em ligas metálicas combustíveis (metais pirofóricos). Para tais incêndios se faz necessária a utilização de agentes extintores específicos. Como exemplos de combustíveis encontrados em incêndios desta classe podemos citar: as ligas de magnésio, sódio, potássio, zinco, alumínio em pó e outros.





  • QUANTO ÀS PROPORÇÕES

A proporção de um evento engloba as suas dimensões, a sua intensidade e os meios empregados para a sua extinção.

1. Incêndio Incipiente
Evento de mínimas proporções para o qual é suficiente a utilização de um extintor portátil.

2. Pequeno Incêndio
Evento cujas proporções exigem emprego e material especializado, sendo extinto com facilidade e sem apresentar perigo iminente de propagação.

3. Médio Incêndio
Evento em que a área atingida e a sua intensidade exigem a utilização de meios e materiais equivalentes a um socorro básico de incêndio (conjunto de viaturas do Corpo de Bombeiros composta de um Auto Rápido - AR, um Auto Bomba - AB ou ABT, um Auto de Busca e Salvamento - ABS, uma Auto Escada Mecânica - AEM, e um Auto Socorro de Emergência - ASE) , apresentando perigo iminente de propagação. 

4. Grande Incêndio
Evento cujas proporções apresentam uma propagação crescente, necessitando para a sua extinção, do emprego efetivo de mais de um socorro básico.

5. Incêndio Extraordinário
Incêndio provocado por fenômenos naturais, como abalos sísmicos, vulcões, etc., ou ainda por bombardeios ou similares, atingindo quarteirões, bairros e cidades inteiras.

  • CAUSAS DE INCÊNDIO
NATURAIS

São aqueles decorrentes de fenômenos da natureza e se dividem em:
1) Natureza físico-química
Ex: Vulcões, terremotos, raios, meteoros, etc.

2) Natureza biológica
São os incêndios decorrentes do aumento da temperatura devido à fermentação e à ação degradativa das bactérias.
Ex: Enfardamento da forragem úmida.

ARTIFICIAIS
1) Materiais
1.1) Primárias
1.1.1) De origem física
Provenientes de qualquer fenômeno físico que produz energia calorífica.
a) Atrito
Fricção entre corpos rígidos, ou entre partes metálicas com lubrificação deficiente.
b) Choque
Choque entre partes metálicas frouxas ou desajustadas, em máquinas e motores que estejam sujos com resíduos de óleo e graxa.
c) Compressão
Compressão brusca e continuada dos gases provocando o aumento de temperatura em recargas de cilindro de gases, por exemplo.
d) Condução térmica
Calor transmitido de um corpo em alta temperatura para corpos vizinhos que estejam em condições normais.
Ex: Uma chaminé em contato com o forro de madeira do telhado.
e) Eletricidade
São aqueles gerados por fenômenos termoelétricos.
Ex: Curto-circuito, sobrecarga, fuga de corrente, etc.
1.1.2) De origem química
Substâncias químicas que podem gerar calor quando se combinam, ou em decomposição, produzindo aquecimento, inflamação ou explosão.
Ex: Metais pirofóricos finamente divididos quando expostos ao ar.
1.1.3) De origem biológica
Aumento de temperatura provocado pela fermentação e a ação degradativa das bactérias, obtido em laboratórios.
Ex: Fermentação do lixo em um biodigestor de gás para fins domésticos.
1.2) Secundárias
É o fogo considerado útil que foge ao controle do homem.
Ex: velas, lamparinas, lampiões, fogareiros, etc.

2) Humanas
2.1) Culposas
São incêndios nos quais o homem é o seu causador, sem, no entanto, ter havido intenção de provocá-lo. Esta pode ser dividida em três situações distintas:
2.1.1) Imprudência
Incêndio provocado por crianças ou pessoas em condições de incapacidade (doentes mentais), que não podem ser responsabilizados legalmente pelo delito cometido.
2.1.2) Negligência
É o desrespeito às normas de segurança, mesmo conhecendo-as, porém sem a intenção efetiva de provocar o incêndio.
2.1.3) Imperícia
É o desconhecimento das normas de segurança.
2.2) Dolosas
São os incêndios provocados com a intenção (dolo) de destruir. Logo, quem provocou o incêndio, tinha plena ciência das suas conseqüências e assumiu o risco de as produzir. Incêndios de causas dolosas normalmente têm motivação financeira. Como tal prática é crime, são alvos de investigação pericial (Perícia de Incêndio), e criminal para a apuração de sua autoria.

O Boletim de Ocorrência orienta: Nunca tente combater um incêndio. Isso é função dos profissionais do Corpo de Bombeiros que tem conhecimento técnico e perícia. Você pode acionar o CBMERJ pelo telefone 193.

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