CBMERJ - Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro
GTSAI - Grupamento Técnico de Suprimento de Água para Incêndio
Oriundo do antigo Serviço de Hidrantes, a história do Grupamento Técnico de Suprimento de Água para Incêndio se confunde com a história do Corpo de Bombeiros, posto que a criação do Serviço de Registro (nome original do serviço que deu origem ao ato de localizar fontes de água para abastecer os carros pipas da Corporação) data de exatos 20 anos após a criação do Corpo de Bombeiros, ou seja, em 02 Julho de 1876.
Naquela época não tínhamos a oferta de água que hoje desfrutamos, daí a importância dos militares que trabalhavam neste serviço: quanto mais rápida a localização da fonte de água, mais eficaz seria o serviço de extinção de incêndios.
Nos idos de 1914, coube ao 2º Sgt Delphim a ingrata tarefa de levantar minuciosamente as informações sobre a rede de abastecimento público, incluindo a bitola de cada encanamento, a localização de todos os reservatórios, bem como dos registros para manobra de água na rede e hidrantes.
Após sete anos, sua obra foi concluída com tamanho esmero que o próprio serviço de obras públicas (órgão que originou a atual CEDAE) a tomou como principal fonte de consulta para os serviços necessários de manutenção, o que perdura até os dias atuais.
Após tantas idas e vindas, incluindo trocas de nomenclaturas ao longo do tempo e já tendo sido extinto por duas vezes, finalmente o serviço de suprimento de água para incêndio ganhou o reconhecimento de sua importância por parte da atual administração que decidiu criar um Grupamento Especializado para tratar desse assunto de forma perene.
Assim, o Grupamento Técnico de Suprimento de Água para Incêndio (GTSAI) foi criado em 2003, através do Decreto nº 2533 de 15 Mai 03, ficando subordinado ao Comando Intermediário de Atividades Especializadas.
Localizado à rua Monsenhor Manoel Gomes S/N no bairro do Caju, onde recebeu a responsabilidade de guarnecer a área do antigo Destacamento 1/GOCG nas atividades de combate a incêndios e busca e salvamento, sua principal missão é irradiar a doutrina do serviço de abastecimento de água durante os incêndios, de forma que não haja solução de continuidade nas operações de combate a incêndio.
Entre tantas missões do GTSAI, podemos destacar duas atividades de apoio operacional aos diversos grupamentos: através de sua viatura AMH 01 (Auto Manutenção de Hidrantes) que identifica a localização dos hidrantes urbanos e faz o cadastramento desses aparelhos em tecnologia georeferenciada e através de sua viatura ASTA 01 (Auto Serviço Tático de Abastecimento) que possui os equipamentos necessários para captação de água em qualquer manancial e para executar o conserto dos hidrantes danificados.
O GTSAI objetiva com a sua missão específica de catalogar os logradouros públicos e suas características, criar e manter atualizado um banco de dados confiável e completo para poder auxiliar com maior eficiência os Oficiais Comandantes de Operações nas tomadas de decisões referentes ao suprimento de água, e conseqüentemente, garantindo a possibilidade de fazer frente, com maior qualidade, às diversas modalidades de eventos que necessitam deste recurso. E não são poucos esses eventos! Então vejamos alguns deles: as operações com produtos perigosos necessitam da água como um dos elementos necessários na descontaminação dos materiais operacionais, viaturas e socorristas; nos médios e grandes incêndios, ocasião em que o volume de água requerido excede ao limite disponível nos tanques de nossas viaturas e, o tempo das operações pode se estender demasiadamente entre outros.
O Grupamento tem hoje uma preocupação com o uso racional da água no combate a incêndios por todas as unidades operacionais do Estado. Assim a reutilização da água e o funcionamento e a manutenção dos hidrantes urbanos são os pontos centrais na questão do suprimento de água para o combate a incêndio.
Uma das principais ferramentas para o trabalho de gerenciamento operacional dos recursos hídricos é o geoprocessamento, onde com o auxílio da tecnologia da informação podemos ter informações mais precisas e que agregarão valor ao poderio tático e técnico das unidades operacionais durante as atividades de combate a incêndio, assim o GTSAI desenvolveu um modelo de plano de gerenciamento operacional dos recursos hídricos para as unidades operacionais do CBMERJ.
O GTSAI também vem se apresentando no cenário interno da Corporação como avaliador dos equipamentos direcionados para o suprimento de água para o combate a incêndio auxiliando a Diretoria Geral de Apoio Logístico na escolha de bombas portáteis a serem adquiridas pela corporação, bem como na manutenção de um cadastro permanentemente atualizado dos materiais de abastecimento existente nas unidades operacionais.
O GTSAI vem fazendo juntamente com as unidades operacionais o maior levantamento feito até hoje sobre os equipamentos urbanos para o suprimento de água para incêndio, verificando as condições e propondo soluções junto as concessionária de serviços de abastecimento de água para o reparo e manutenção dos hidrantes.
Reparar equipamentos públicos não é função do Corpo de Bombeiros, mas o GTSAI tem uma equipe de manutenção de hidrantes que age durante as ocorrências de incêndio, informando também às concessionárias de abastecimento de água a necessidade do imediato conserto do equipamento. A racionalização no uso da água envolve a própria sociedade, segundo o Tenente-Coronel BM Hilmar Soares Francisco, Comandante do GTSAI.
- A água é hoje uma preocupação mundial por ser um bem esgotável. Todo cidadão pode ajudar em seu melhor uso, seja evitando gasto desnecessário com lavagem de calçadas e carros, seja comunicando ao Corpo de Bombeiros o vazamento ou a danificação de um hidrante – diz o Tenente-Coronel.
O Comandante do GTSAI dirige uma equipe composta de nove oficiais e 65 praças (sargentos, cabos e soldados), responsável por todas as ações do Grupamento. Além de cuidar da água, o GTSAI atende aos chamados para incêndios, busca e salvamento numa área que compreende São Cristóvão, Caju, parte da Linha Amarela, Cais do Porto, parte da Linha Vermelha, parte da Ponte Rio-Niterói e parte do Viaduto da Perimetral.
Matéria formatada pelo Boletim de Ocorrência ®